Enquanto ouvia o telefonema mudei de posição e já estava debruçada sobre a mesa da sala de unhas cravadas na madeira... Com tantas dores. Hoje já não consigo descrevê-las com exactidão, se conseguisse acho que não me passaria pela cabeça ter outro filho. São más, muito más... É só isso.
Dei entrada no hospital perto das 2h da manhã, rebentaram-me as àguas, eu implorei uma epidural, eu exigi uma epidural, eu chorei por uma epidural. Cheguei a dizer ao pai:
- Vai lá fora e chama alguém. Quero uma epidural agora, não quero saber se tenho um dedo ou vinte de dilatação, ou me dão a epidural agora ou que se lixe o parto normal e quero uma cesariana AGORA!!!!
- ssssim querida, sim, vou tentar.
Sei que ele estava uma pilha, mas não transpareceu. As enfermeiras disseram-me algumas vezes que ele estava nervosissimo, mas foi calmo, assertivo, empurrou a minha barriga, agarrou-me a mão, respirou comigo, incentivou-me, foi a minha bengala.
O parto foi muito rápido ou pelo menos assim me pareceu e às 7h47m do dia 7 de Junho de 2012 o meu mundo mudou para sempre. Eu dei vida a um Ser e renasci enquanto pessoa,mulher... Tornei-me Mãe. Não consigo explicar exactamente o que senti quando recebi aqueles 3.250kg de gente nos braços. Nada do que eu disser é suficiente para descrever aquele momento, tão pouco este último ano- o melhor da minha vida!
Gosto muito de ser Mãe, por mim podem vir mais um ou dois, que venham com saúde é tudo o que quero. O resto eu aguento, as noites sem dormir, as cólicas, as birras, a falta de tempo para tomar banho, a preocupação constante. Vale tudo. Basta um sorriso, basta um esgar, basta um olhar do ' nosso' ser, da nossa cria, do nosso Amor maior que tudo, do nosso filho.
Há um ano a minha vida estava prestes a mudar para sempre.
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