quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Da teoria à práctica

Agora que começo a formar a minha família apercebo-me que à minha volta contam-se pelos dedos de uma mão os casais que têm relações duradouras e equilibradas (é essencial aqui a componente equilibradas!). Sou de uma geração de filhos de pais divorciados que sabe a teoria para manter uma relação conjugal saudável mas que não vivenciou a parte práctica. 
Sei perfeitamente que há por aí muitos casais que continuam juntos e que vivem felizes. Não me interpretem mal, estou a falar dos que não conseguiram, que infelizmente são muitos. 
Chego à conclusão que não sabia o nível de tolerância, empenho e p-a-c-i-ê-n-c-i-a que é preciso ter numa relação. Tinha ideia que era muito, mas não sabia que era tanto. Vivo com ele há 6 anos, e ainda hoje não me habituei, ainda hoje me irrito como na 1ª semana. Primeira não porque na primeira é tudo um mar de rosas... segunda, vá. E ele sente exactamente o mesmo, tenho a certeza.
Agora temos um filho, não podemos mandar tudo pelos ares como poderíamos ter feito anteriormente. Agora o Baby F. precisa de nós. Precisa dos dois. Mas precisa acima de tudo de um lar onde haja tolerância, onde estejam duas pessoas que se amam e que se comprometeram a mantê-lo equilibrado e  saudável. E isso assusta-me desde o dia em que ele nasceu. 
Quero que ele tenha bons modelos para seguir. Quero que um dia (daqui a muitos e muitos e muitos e muitos anos ) ele tenha um relação e se saiba comprometer. Saiba que há gestos e palavras que podem mudar as coisas para sempre e que há linhas que não se atravessam. Nunca.
Tanto eu como ele não queremos repetir os erros dos nossos pais, que não os cometeram de propósito é certo, mas cometeram e nós também pagamos um preço. Menor que o deles na minha opinião, porque acima de tudo viver com o peso de um lar desfeito, de um casamento falhado deve ser um fardo pesado.

É certo que nesta casa não há os típicos "paz de alma". Somos meio estoirados e fervemos em pouca àgua (e aqui à menina falta-lhe o filtro entre o pensamento e as palavras) mas mesmo assim e com muita p-a-c-i-ê-n-c-i-a vamos construindo devagarinho o nosso cantinho e vamos aprendendo aquilo que não nos foi exemplificado.
Espero daqui a muitos anos ainda ter este blog para me livrar das palavras que me enchem o pensamento e poder fazer uma análise com avaliação positiva a este T2 à beira mar plantado a que chamamos lar. 



P.S.- daqui a alguns anos espero apenas fazer um upgrade para uma V5 com piscina (à beira mar plantada)

2 comentários:

  1. Bem... o que dizer? Eu, contrariamente à Diva, sou filha de pais cujo casamento só acabou com a morte de um deles (a minha mãe, aos 55 anos), depois de completadas as bodas de prata. Mas isso - esse exemplo - não me impediu de ter façhado o meu primieor casamento! E tem toda a razão: é um fardo pesadíssimo, que nos traz sofrimento constante e que, mesmo "superado", continua a doer-nos pela vida fora.
    Mas o meu segundo casamento (que já leva nove anos) tem usufruído dessa experiência negativa: eu tento ser menos "espirra-canivetes" e, como diz a Diva, tolerar muito mais. Mas gostar do J ajuda! :)
    Beijinhos
    PS - Está linda a fotografia!

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  2. Miú, tenho a certeza que "agora" a vida lhe vai correr muito bem a nível sentimental :))))) E sim, gostar de quem está ao nosso lado ajuda, e bastante ;)
    Um Beijinho.

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