terça-feira, 19 de março de 2013

Lister, a futura médica

Hoje recebi na minha caixa de correio correspondência feliz, correspondência carregada de esperança, para fugir um bocadinho às contas, que são uma verdadeira chatice.
Sou eu a única que se está a passar com as contas de electricidade?
Sou 'Amiga da Unicef' há cerca de 3 anos. Certo dia, pela altura do Natal fui abordada por um rapazinho super educado e com um poder de argumentação dos diabos. Por causa dele e da época Natalícia assinei a papelada para contribuir mensalmente com €7.5 para a Unicef. Saem-me da conta e nem dou por eles, não custa nada, mesmo para quem não tem um grande ordenado- é o equivalente a um maço e meio de tabaco, aos cafés de uma semana, às revistas de fim de semana... É uma ninharia para muitos de nós e uma contribuição valiosissíma para as crianças africanas.
A carta vinha com o propósito de me dar a conhecer a história da Lister, uma menina de 12 anos natural de uma zona rural do Zimbabué que perdeu os pais, vitímas de Sida e que vive com a sua avó de 91 anos. O sonho da Lister é um dia vir a ser médica, mas no passado teve que interromper os seus estudos pois a avó não conseguia pagar as propinas da escola.
Hoje, com a ajuda da Unicef, Lister pode frequentar novamente a escola e está todos os dias um bocadinho mais próxima de concretizar o seu sonho.
Saber que as minhas contribuições pequeninas se juntam a um bolo que alimenta tantos sonhos foi algo que me fez muito feliz e com a certeza de que devo continuar a contribuir e a ajudar quem de facto não tem nada.
Dou por mim a pensar que me queixo demasiado dos impostos, do ordenado, das contas da electricidade, do preços das mangas... E que devia agradecer todos os dias aquilo que tenho. Hoje pelo menos agradeci.

sábado, 16 de março de 2013

Bom, e cá estamos, com uma falha geral de electricidade. É sempre uma coisa jeitosa de se ter num sábado à noite.
Nisto plantaram-se à porta do nosso prédio uns 20 gandulos ( como diria o meu avô) a beber o resto das cervejas do jantar, porque isto da falta de electricidade também afecta os restaurantes, não só quem estava a ver tv, e aproveitaram para enrolar uns charritos e falar alto, encostarem-se a carros que não lhes pertencem... E eu, como não tenho nada com que me entreter e o barulho lá de fora já me estava a causar comichão, chamo a polícia. Grande chiba!
- Boa noite, esquadra de X, fala o agente Y, em que posso ajudar?
- Boa noite Sr. Agente, eu sou moradora na rua Z, e de momento temos um grupo enorme mesmo à porta do nosso prédio aos berros, a beber, a fumar droga ( achei que ficava mal dizer charros)...
E fui prontamente interrompida.
- Minha senhora, fumar droga já não é crime, podem fumar à vontade. Para mandar alguém, só se for pelo barulho!
- Errr, êhhh, sim, mande lá então pelo barulho... Obrigadinha...
E é assim minha gente, comprem lá as vossas substâncias ilícitas ( mas às escondidas porque acho que isso ainda é crime, ainda...) e venham aqui para a porta fumar até cairem para o lado. Estão à vontadinha, só não façam é barulho, porque esse, em horas impróprias, ainda é proibido.
Drogas não, barulho sim.
Got it?


Dos beijos

Eu fui daquelas crianças que tinha uma avó que vivia numa aldeia do Norte, onde todos são primos e primas, nem que seja em centésimo grau e eu era obrigada a dar beijinho a todos. Elas aproximavam a cara com os seus sorrisos desdentados e pêlos faciais incriveis, eles também desdentados com cheiro a couves e a bagaço e eu odiava tudo aquilo, mas tinha que dar a cara para os beijinhos "porque sim". Claro que fui crescendo a odiar beijinhos, ainda hoje se me puder esquivar a um, esquivo sem problemas.
O meu primeiro beijo na boca, assim mais a sério, foi no 5o ou 6o ano ( não me recordo bem). Convém aqui situar-vos- eu estudei num externato de freiras, unisexo, mas de freiras e é óbvio que quanto mais puritanas elas eram, mais saídos da casca eramos nós. No 5o ano entrou no colégio uma nova " remessa" de alunos.
Os novos rapazes não eram propriamente lindos, mas eram rebeldes, uhhhhhh...
Long story short- lá dei o meu primeiro beijo no patamar de umas escadas, com amigas a controlarem o lance inferior e superior e o único requisito ali era: não podia ser "toca e foge". Não achei piadinha nenhuma ao beijo, estava à espera daquelas cenas à filme, de ser a melhor coisa do mundo mas obviamente que não foi. Foi esquisito, tímido, ridículo e forçado e estava obviamente condenado ao fracasso. Mas na altura o que importava era que eu já tinha dado um beijo" a sério", mesmo que eu não percebesse nada daquilo, nem sequer tenha gostado particularmente da coisa. Mas sempre me disseram que em tudo na vida, a primeira vez é a que nos sai pior, dali para a frente é sempre a melhorar! E tinham razão.
Hoje em dia adoro beijar quem eu gosto. Por aqui dão-se mesmo beijinhos repenicados... Adoro dar beijinhos ao meu filho. Besunto-o todo e imagino-o muitas vezes como o bebé do " olha quem fala" a dizer : "Ai pá, que chata que esta me saiu. Que colas! Que melga! Pára de me babar! Saíííí..." Gosto de dar beijos ao meu namorado, à minha familia e amigos, mas continuo a preferir um bom abracinho, um hi5, um low5, ou qualquer coisa do género como cumprimento ou despedida.
Não sou nada beijoqueira, já passei muitas vezes por mal educada e por nariz empinado porque quando entro num sítio com muita gente prefiro um 'Oi' geral do que beijinhos individuais. Não percebo muito bem esta necessidade Portuga de trocar virús uns com os outros. Ainda hoje limpo a cara se me derem um beijinho que me molhe a bochecha. Noooojoooo!
Das poucas coisas positivas ( se não a única mesmo) de estar adoentada e do bicho ser contagioso é poder chegar à reunião de condomínio de ontem, onde todos se levantam para vir dar a bela da beijoca e eu tenho que recusar porque estou com uma gripe daquelas.... Ohhhhh, e eu que queria tanto beijar 10 pessoas seguidas, ohhhhhh, chatice pá!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Hoje, de volta à clínica porque agora sou eu que não me aguento nas canetas, assisti à cena mais embaraçosa e constrangedora pela qual uma mãe pode passar ( fora pingar das mamocas em público!).
Ainda não tinha entrado na clínica e já ouvia a criancinha aos berros.
" Eh lá, mas o que é que fizeram à criança?" Nada, aparentemente, mas ele chorava, berrava e a mãe tentava desesperadamente calá-lo e fazer o check-in ao mesmo tempo. Não estava a conseguir e cedeu o seu lugar na fila para se concentrar numa só tarefa. A criança berrava e berrava e estavamos todos claramente incomodados, mas é uma criança com 3 ou 4 anos...
Mais do que incomodada com os gritos eu estava com vergonha alheia. Muita vergonha alheia pela mãe daquele pequeno terror.
Nisto o impensável acontece, ouve -se um "Xiiiuuuuu, cale-me essa criança!" A sala ficou em silêncio. Até a criança se calou, por uns breves segundos. Um senhor, na casa dos 70 anos achou que era assim que se resolvia o problema. Não perguntando se podia ajudar, sugerindo fazer o check in à senhora enquanto ela tentava acalmar a criança, nada disso. Vamos berrar mais alto que a crianca e envergonhar a mãe mais um bocadinho porque ela ainda não se deve estar a sentir um cocó ambulante.
Eu nem quis acreditar. Seguiram-se as críticas ao senhor em questão, a indignação foi geral e claro, a criancinha desatou numa choradeira novamente. A mãe não abriu a boca, baixou a cabeça, foi direita à recepção e avisou que esperava na rua que a chamassem para a consulta. Entre dentes o senhor continuou a resmungar, todos comentavam a sua insensibilidade e eu ainda não tinha conseguido apanhar o queixo do chão.
Só me vinha à cabeça uma história do meu irmão, que sempre foi muito critico no que respeitava à educação dos filhos dos outros, e certo dia vê-se no meio do Shopping com a filha de 3 anos deitada no chão a gritar e a espernear. Ele tentou de tudo. Acho que até uma " palmada pública" dali saiu. Acabou a colocá-la ao ombro e fugiu dali, sempre com ela aos berros.
Às vezes não há mesmo nada que possamos fazer. Eles tem que acalmar o próprio corpo e mente sozinhos. A nossa intervenção só piora a situação.
A falta de tolerância daquele senhor incomodou-nos a todos, bem mais do que os berros da criança. Se fosse comigo eu teria respondido à letra, mas aí talvez perdesse a razão... É uma situação complicada mas que revela bem a falta de tolerância e paciência nos seres humanos e isso é uma coisa que me atormenta, cada vez mais.
Queremos acabar com o "barulho "dos outros, mas acho que em muitos casos, a maior gritaria está mesmo dentro da nossa cabeça e é essa que não suportamos. Não a birra de um puto de 3 anos.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Quando o Alarme toca

Este podia ser um post sobre aquelas manhãs em que o alarme ( despertador) toca e nós só nos queremos virar para o lado, fingir que ele não existe, ficar no quentinho, dormir mais uma horinha... Mas não é. Por aqui fala-se de outro alarme.
Eu nunca fui muito dada a ouvir o coração, o meu sexto sentido nem essas lamechices todas. Por isso mesmo quando tinha uma viagem marcada para a Serra Nevada e ( inexplicavelmente) não me apetecia muito ir, eu fui na mesma e lá me convenci de que me ía divertir à brava. Cheguei à Serra e parti o pulso no primeiro dia, na segunda descida. E parti bem partido, quase com fractura exposta, sim, porque eu quando faço, faço à grande. Ainda hoje não me saem da cabeça as palavras da minha mãe quando voltei: " Tu não estavas muito convencida a ir, se calhar devias ter seguido o teu instinto."
Anos mais tarde sou mãe, "o alarme" toca e eu penso que há aqui qualquer coisa que não está bem, que não é só uma virose. A febre não baixa, ele quase não tem tosse mas há infecção ou inflamação em algum lado. Mas a pediatra diz que se não tem tosse que se veja ou pieira não estamos ainda no ponto de recorrer ao Atrovent.
E eu não recorro.
E a tosse piora só um bocadinho.
E eu aguardo.
E falo com o pai que é muito objectivo e sensato e decidimos não sacar das armas todas, por enquanto.
E a febre não desce e a tosse continua pouquinha mas cada vez que se dá, o meu alarme toca um bocadinho mais alto e eu só penso: " Faz-lhe a merda das nebulizações com Atrovent! Faz!" E eu aguardo...
Às 00h, três horas apenas desde o último ben-u-ron, a temperatura é de 39'C, ele tosse e quase cospe um brônquio.
Passo-me da cabeça e acabou-se a brincadeira. Eu sou a mãe, eu tenho estado 24h por dia com ele desde 2a feira, eu é que me tenho visto à rasquinha para lhe baixar a febre, tenho visto aquela tossezinha a vir de mansinho... Ainda acordei o pai para o informar. Ele balbuciou um sim e eu montei o arsenal de guerra e toca de encher a criança de fuminhos. O pobre coitado mal abria os olhos mas era nítido que aquilo lhe sabia pela vida. Espetei-lhe um ib-u-ron e cama.
Hoje temos um Baby F. sem febre, com mais tosse e com espirros carregados de ranho verde, amarelo e nojento, mas que está a ser posto fora daquele pequeno corpinho- bom sinal! Está super bem disposto e eu sinto que agora sim, estou a ajudá-lo. Não menos importante, sinto que dei importância ao alarme na minha cabeça, ou sexto sentido, ou instinto maternal, ou lá que coisa é esta e que não volto a desvalorizá-lo. Lesson learned!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Estou viva!

Sabem aqueles blogs que ficam anos sem actualizações? Sem uma publicaçãozinha só para dizer que o autor está vivo? Odeiam, não é? Eu também! E dou por mim no meio de ben-u-ron(s), ib-u-ron(s), unimer, aspiradores nasais e lá tenho uns minutos, vou dar um olhinho à blogoesfera e... eu sou um dos blogs que não se actualizam há séculos e odeio-me por isso. Vai daí enfiei-me no parque com o Baby F., pus-lhe vinte mil brinquedos à disposição, tenho a embalagem de gaze mesmo aqui ao lado, pronta para quando surgir um espirro com bónus, entenda-se, muito, muito ranho, e toca de escrever um bocadinho.
O Baby F. é, de momento, um poço de ranho. 71,5cm de puro ranho. Nunca pensei que um ser tão pequenino conseguisse acumular tanta porcaria.
Estava tudo óptimo, fomos a uma consulta de rotina na sexta-feira passada e ele estava normalissímo, fartou-se de ouvir elogios da Doutora- "Ah, ele está tão bem, mesmo tendo começado na creche, mesmo tendo 3 dentes a nascer ao mesmo tempo...que sorte, os miudos agora estão todos tão doentes..."
Dois dias depois toma lá uma virose que até te lixas! Virose é o nome que se dá a qualquer coisa que uma criança apanhe, e que os pediatras não sabem muito bem o que é. Não é bem gripe, não é só constipação, não é uma bronquiolite ( yet!) e portanto o nome é virose.
A boa noticia é que estou Pro a colocar supositórios, aprendi a ver se o F. tem febre só de encostar os lábios à testa dele, a aspirar o nariz, a medir a febre com ele a dormir e sei dizer o nome de medicamentos como Neosinefrina sem enrolar a língua toda.

Entretanto passaram-se 4 horas e já não estou no parque, são 21h e o meu filho "apagou" ao meu colo- estavamos a fazer tempo para o próximo ben-u-ron e ele caiu redondo de tanto sono. E, doente ou não, não há coisa mais deliciosa do que ter este pequeno corpinho aninhado no meu.




E esta é a nossa vida por estes dias, muito ranho, muita moleza, muito mimo e muita vontade de sair à rua. Se não fosse a minha querida mãe nem um café de rua eu bebia há 3 dias. Claro que o F. fica deliciado cada vez que ela entra pela porta e estica os braços que nem um doido para lhe saltar para o colo.
Valha-nos a senhora minha mãe que tem sido a alegria dos nossos longos dias em quarentena, onde só o pai é que pode trabalhar para trazer dinheirinho para esta casa porque há uma creche para pagar, uma creche onde o F. não mete os pés há 4 dias, mas que (filha-da-mãe-da-creche-que-é-a-culpada-desta-merda-de-virose!) tem que ser paga na mesma.

terça-feira, 5 de março de 2013

Já sorriu hoje?

Por acaso até já tinha sorrido porque ter uma criança em casa tem dessas coisas, uma pessoa sorri assim que acorda ( mesmo seres com mau acordar como eu) mas quando que vi este cartaz tive mesmo que sorrir mais um bocadinho.
Adorava saber quem colocou aquilo ali. Pregava-lhe uma beijoca na bochecha. Juro que pregava.
Estava à espera de tudo num cartaz colocado naquele sitio- Convocação de greve, críticas ao Governo, nomes feios ao Relvas, ao Coelho...
Gostava que ele/ ela soubesse que sim, já sorri hoje, ainda mais quando vi aquele cartaz.


sábado, 2 de março de 2013

Ontem li sobre a nova colecção de desposto da Berska e lá fui eu toda contente direitinha ao O.P. a esfregar as mãos porque ía comprar uns trapinhos para as minhas corridas e, a julgar pelos preços normalmente praticados pela Berska, havia de sair de lá equipadíssima e por tuta e meia.
Não que vá passar modelos para o passeio marítimo, que não vou, mas o equipamento de desporto que tenho é absolutamente ridículo- as calças não se seguram na cintura, as sweatshirts são do meu homem e os ténis são uns Helly Hansen com 10 anos- não, não é exagero, tem mesmo 10 anos e já tem a sola tão gasta que parece que estou descalça, não no bom sentido! Bem, a colecção só é lançada no dia 9 de Março e só estará disponível em algumas lojas... Uma pessoa quer fazer exercício e não a deixam fazê-lo em condições, Xiça! E dizem vocês:" lá está ela com desculpas de merda para não fazeres exercício- não precisas de roupa, precisas de força de vontade!" A bem da verdade, preciso de roupa sim, porque não vou correr nua, ou vou? E sim, eu já sei essa lenga-lenga toda, mas continuo a achar que preciso de toda a motivação possível e equipamento em condições
Voltando, segui para a Sportzone e... O mês de Março é o mês "Running/ Walking". Será que os astros estão a alinhar-se para eu começar a fazer exercício regular? É que até uns ténis da Nike todos catitas consegui comprar e não gastei o ordenado todo. É certo que não dou um mês e vamos andar por aí todas de Nike Running cinzentos e cor de rosa porque estavam em promoção e, como eu, havia ali muito mulherio com caixas da Nike debaixo do braço, mas que se lixe! Comprei também uma "Armband" para o iphone e umas calças. E está feito!
Na segunda-feira lá vou eu cuspir mais meio pulmão no passeio marítimo, mas desta vez com uns ténis decentes, sem calças que me caem pelo rabo abaixo e com sítio para pôr o iphone. Mais uma vez, vocês pensam : " vais correr com €500 no braço? Estás maluca? Já nem falo em estragares o telefone, e se te quiserem assaltar? " Bem, aí ainda me dão mais razão, se me quiserem assaltar eu tenho o quê? Um telefone para ligar à PSP. Tumbas, ganhei. End of story!




E já agora, a nova colecção da Berska para gente que quer pôr o bumbum a mexer










sexta-feira, 1 de março de 2013

Creche #3

Deixe-o na creche às 8.30h, não chorei, não fiz beicinho, nada. Portei-me lindamente. Saí sem pensar muito assunto e fui correr, o que me ajudou a pensar ainda menos porque estava mais concentrada em não cuspir um pulmão. Tomei banho sem pressas, consegui pôr todos os cremes e mais alguns e desci para tomar um pequeno almoço tranquilo e demorado. Já não tinha um bocadinho para mim há tanto tempo... Trabalhar não conta como " me time".
Duas horas depois de deixar o Baby F. na creche lá fui eu toda contente buscá-lo ( sim que isto tem que ser devagarinho!) convencida de que tudo tinha corrido sobre rodas, de que ele havia de estar felicissímo na brincadeira com os novos amiguinhos.
Entrei no berçario e vejo-o de olhos inchados e vermelhos, a consolar-se com a sua chucha amarela, agarrado à fraldinha e devo ter feito a pior cara do mundo.
- O que é que aconteceu???
- Ele chorou um bocadinho, bem, na verdade chorou bastante... Portou-se muito bem até o Joãozinho chegar. Hoje também é o seu primeiro dia e ele está a chorar desde que chegou. O seu chorou por " solidariedade"...
- Há quanto tempo chegou o Joãozinho?
- À cerca de meia hora.
- Menos mal...

Tirei o F. da espreguiçadeira e ele nem olhou para mim, encostou a cabeça no meu ombro e agarrou-me os cabelos. Vesti-lhe o casaco e saí dali o mais depressa que consegui agarrada ao meu bebé.
Hoje foi só o primeiro dia, no fundo sabia que não ía ser fantástico... Ao contrário do que tenho feito não me mentalizei para o pior... Acho que não me mentalizei de todo, nem encontro maneira de o fazer.
Entreguei-o ao mundo durante duas horas e o mundo não se portou muito bem.
Segunda-feira lá vamos nós outra vez e há-de ser um bocadinho menos mau que hoje... até chegar o dia em que ele não se vai querer vir embora. E sim, aí vou-me queixar outra vez mas porque o meu filho não quer nada comigo e prefere ficar na creche a brincar. É certinho, direitinho!