quinta-feira, 14 de março de 2013

Quando o Alarme toca

Este podia ser um post sobre aquelas manhãs em que o alarme ( despertador) toca e nós só nos queremos virar para o lado, fingir que ele não existe, ficar no quentinho, dormir mais uma horinha... Mas não é. Por aqui fala-se de outro alarme.
Eu nunca fui muito dada a ouvir o coração, o meu sexto sentido nem essas lamechices todas. Por isso mesmo quando tinha uma viagem marcada para a Serra Nevada e ( inexplicavelmente) não me apetecia muito ir, eu fui na mesma e lá me convenci de que me ía divertir à brava. Cheguei à Serra e parti o pulso no primeiro dia, na segunda descida. E parti bem partido, quase com fractura exposta, sim, porque eu quando faço, faço à grande. Ainda hoje não me saem da cabeça as palavras da minha mãe quando voltei: " Tu não estavas muito convencida a ir, se calhar devias ter seguido o teu instinto."
Anos mais tarde sou mãe, "o alarme" toca e eu penso que há aqui qualquer coisa que não está bem, que não é só uma virose. A febre não baixa, ele quase não tem tosse mas há infecção ou inflamação em algum lado. Mas a pediatra diz que se não tem tosse que se veja ou pieira não estamos ainda no ponto de recorrer ao Atrovent.
E eu não recorro.
E a tosse piora só um bocadinho.
E eu aguardo.
E falo com o pai que é muito objectivo e sensato e decidimos não sacar das armas todas, por enquanto.
E a febre não desce e a tosse continua pouquinha mas cada vez que se dá, o meu alarme toca um bocadinho mais alto e eu só penso: " Faz-lhe a merda das nebulizações com Atrovent! Faz!" E eu aguardo...
Às 00h, três horas apenas desde o último ben-u-ron, a temperatura é de 39'C, ele tosse e quase cospe um brônquio.
Passo-me da cabeça e acabou-se a brincadeira. Eu sou a mãe, eu tenho estado 24h por dia com ele desde 2a feira, eu é que me tenho visto à rasquinha para lhe baixar a febre, tenho visto aquela tossezinha a vir de mansinho... Ainda acordei o pai para o informar. Ele balbuciou um sim e eu montei o arsenal de guerra e toca de encher a criança de fuminhos. O pobre coitado mal abria os olhos mas era nítido que aquilo lhe sabia pela vida. Espetei-lhe um ib-u-ron e cama.
Hoje temos um Baby F. sem febre, com mais tosse e com espirros carregados de ranho verde, amarelo e nojento, mas que está a ser posto fora daquele pequeno corpinho- bom sinal! Está super bem disposto e eu sinto que agora sim, estou a ajudá-lo. Não menos importante, sinto que dei importância ao alarme na minha cabeça, ou sexto sentido, ou instinto maternal, ou lá que coisa é esta e que não volto a desvalorizá-lo. Lesson learned!

2 comentários:

  1. E não é que temos mesmo esse sexto sentido, Di? Como te compreendo!
    As melhoras mt rápidas!
    Beijinhos
    (Agora vou passar a chamar-te pelo teu nome auto-atribuído - e não por "Diva" que tinha sido a minha muleta durante estes meses todos...:D)

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  2. Pois, parece que temos ;)))
    Obrigada. Beijinhos

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