quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A Guru da Amamentação

Quando engravidámos, os nossos amigos R.&A. ofereceram-nos uma sessão com uma especialista em amamentação. Confesso que o meu primeiro pensamento foi mais ao menos o mesmo que tive quando comprámos uma Bimby: "Eu vou mas é ler o livro de instruções e dispensar a visita da vendedora porque não sou grande adepta de ter gente que não conheço cá em casa. Depois tenho que "fazer sala", depois posso não gostar dela e tenho que esperar até a lasanha estar pronta, depois vai-me desarrumar a cozinha toda..." A diferença na minha cabeça era basicamente que o Baby F. não vinha com livro de instruções e que confiava nas pessoas que nos ofereceram o presente.
Quando ele nasceu senti-me completamente desamparada no assunto amamentação. O que me valeu foram os livros que li, os apontamentos que fiz (sim, fiz apontamentos!) e o instinto.
Cada enfermeira e médica que me entrava no quarto dava uma indicação diferente sobre como amamentar. Ora dê das duas maminhas, ora dê só de uma. Ora dê no máximo 15 minutos, ora dê o tempo que ele quiser. Ora dê deitada, ora dê sentada. Ora ponha este creme, ora não ponha nada.
A minha vontade era pedir-lhes para fazerem um briefing(zinho) antes de me entrarem no quarto para ver se concordavam umas com as outras porque para além de fazerem todas má figura, tinham à frente uma mulher acabadinha de dar à luz, com as hormonas aos saltos e podia de um momento para o outro saltar-lhes ao pescoço e gritar: " Mas vocês são todas parvas ou gostam só de gozar com as maminhas dos outros???"
Concordámos que seguiríamos as indicações que para nós fizessem mais sentido e eu rezei para que tudo corresse bem e eu chegasse ao final desta aventura com "elas" intactas e com uma criança bem alimentada.
Quando viemos para casa e tive a subida do leite, decidi que isto não era nada como a história da Bimby e que precisava de ajuda.
A especialista entrou cá em casa e em 5 segundos, com o Baby F. ainda a dormir na alcofa diz-me: "Ele já está com fome." Como assim, ela já está com fome??? Então mas ela não vê que ele ainda está a dormir??? As mãozinhas dele que se mexiam muito lentamente como que a tentar agarrar qualquer coisa denunciavam a tal fome que só ela via. Explicou-nos que quando eles acordam já a chorar é sinal de que já deixámos passar demasiado tempo e há que o acordar lentamente e alimentá-lo quanto antes (isto num bebé de dias- depois os sinais serão diferentes) porque ele vai mamar muito melhor assim e estará muito mais calmo quando o fizer.
Eu pensei: " Ou é maluquinha ou acabei de esbarrar com a solução dos meus problemas."
A consulta foi feita no quarto, em cima da cama. Eu, o Pai, o Baby F. e a Guru. Senti-me super à vontade, com uma calma imensa. Ela posicionou-o da maneira correcta, corrigiu os movimentos, deu-nos uma data de sugestões, conselhos, dicas (daquelas que valem ouro! ) e algum tempo depois tinha o Baby F. a dormir ferrado, o mais relaxado que alguma vez o tinha visto e o meu peito estava NO-VO! Novo, como se nada lhe tivesse acontecido. Como se não tivesse acabado de ter a subida do leite, como se não tivessem sido "macerados" durante dias. Guardei os 50 mil cremes que tinha comprado num armário e nunca mais lhes toquei.
Três meses e meio depois o Baby F. continua a ser exclusivamente alimentado ao peito. Está no percentil 50 de peso e é um bebé feliz e equilibrado.
Percebi que a amamentação é extremamente importante e que influencia tudo na vida dele. Desde o humor, às horas de sono. Aprendi a amamentar de qualquer forma. Sentada, deitada, em pé se for preciso, e hoje posso dizer, sem sombra de dúvida que foi o melhor presente que nos podiam ter oferecido. O melhor presente que podiam ter oferecido ao Baby F..
E por isso, cá em casa ela é conhecida como a Guru da amamentação!




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