segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Amor... e uma casa

O inicio de uma vida em conjunto é quase sempre um momento de felicidade, esperança, medo e dúvidas... na minha opinião é sempre dificil partilhar o nosso espaço com alguém. Juntar escovas de dentes no mesmo copo, ter que encolher as pernas no sofá para dar para os dois, chegar àquelas noites em que ficavamos bem só com uma torrada, mas é o nosso dia de fazer o jantar e lá temos que por tachos ao lume.
Eu comecei nesta vida alguns anos mais cedo que a maior parte das minhas amigas, porque tive oportunidade de o fazer e não foi preciso pensarmos muito. A primeira vez que dei por mim a dobrar as meias dele pensei em mim com 70 anos, toda manca e a discutir com ele que aquelas meias não se apresentavam a ninguém, e ele a responder de volta que há 50 anos atrás o presidente do banco central europeu teve que se descalçar em público e também tinha as meias rotas e que não se julgam os homens pelas meias... A primeira vez que ele me chamou para me mostrar que tinha posto na máquina uma frigideira cheia de gordura eu tive que cerrar os dentes e contar até 1000... Ele certamente tem outros tantos episódios como estes para se queixar ( tem mesmo, eu ouço-os diarimente) mais que não seja porque, já o disse várias vezes, eu sou extremamente desarrumada e para ser o homem da casa, muitas vezes só me falta sentar-me no sofá a beber uma mini( que não gosto), a ver o Benfica ( sou Sportinguista) e coçar os tomates ( que não tenho). Fora isso, sou eu quem deixa muitas vezes a roupa espalhada, quem aldrada as limpezas e quem pede para encomendar um sushizinho porque não me apetece cozinhar.
O problema não são os defeitos dos outros, o problema é a quantidade de horas por dia que levamos com eles. O problema é a rotina que nos tira a paciência, são as horas a trabalhar e quando chegamos a casa só nos apetece paz e silêncio ( e umas torradas) e temos lá outra pessoa com quem devemos conviver para o bem de uma relação, e às vezes não nos apetece.
Nada de bullshit, às vezes não apetece, e quem disser que apetece sempre está a mentir. Não amamos menos a outra pessoa por isso.
À minha volta tenho 3 amigas que ou se mudaram à pouco tempo, ou se vão mudar em breve e entrar nesta magnifica aventura que é uma vida em comum.
Os meus conselhos e a minha experiência valem pouco para o que as espera. Mas a boa notícia é que aquilo que há de mau, muito mau, é menos de metade do que aquilo que uma vida em comum tem de maravilhoso.
Não há nada melhor do que chegar a casa, depois de um dia de trabalho de cocó e termos em casa a pessoa de quem gostamos, que nos vai aquecer os pés no sofá, que nos vai dizer que temos que nos alimentar e que torradas não são jantar que se apresente, que nos vai aquecer uma sopinha e ainda desencanta uns douradinhos em 10 minutos.
Viver com quem amamos tem tanto de bom quanto de mau. Porque se gostamos mesmo, então gostamos intensamente e tanta intensidade fechada entre 4 paredes pode muitas vezes virar-se contra nós.

Dêem o vosso melhor, tenham paciência, relativizem e amem-se muito, é tudo o que posso aconselhar.
Ah, e muito importante: não se tranquem em casa, não se isolem do mundo, ou vão dar por vocês com 40 anos, sem amigos e a dormir às 23h na noite de passagem de ano. Tem que haver sempre tempo para os amigos, seja para programas de casais, seja para programas só de amigas. Essa já aprendi há muito tempo.
Good Luck Babies!!!

2 comentários:

  1. Adoro ler as tuas coisas aqui 
    Quero só acrescentar que a aventura de procurar casa é alucinante!! Ora a casa “serve” para um, mas não “serve” para o outro, ou então não “serve” para nenhum… As discussões que isso dá, que acabam sempre a rir e a gozar com a casa que “não serviu” e a imaginar coisas caricatas que podiam acontecer se… é uma fase gira, que puxa muito à imaginação e à união do casal.. e giro é quando um dos membros do casal está fora e as visitas às casas são feitas através de vídeo.. hilariante!!! Bom e isto é só a primeira fase, depois da escolha vem a fase da decoração.. Estou para ver na decoração…. Bom, mas isso são outros carnavais!! Sei que vamos ter bons e maus momentos, mas o facto de os ter ultrapassado todos é prova da existência do amor e espero mesmo, ultrapassar todos os que virão, assim como tu ultrapassas-te e construís-te uma bela e linda família :D
    Beijinhos aos quatros!! Love u

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