quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ontem voltei a um sítio onde já fui muito feliz. Não, não dei um pulinho a nenhuma ilha paradisíaca ( que é normalmente a que se refere uma frase como estas). Fui só mesmo ali às urgências da unidade de Ginecologia/ Obstetrícia do Hospital dos Lusíadas. A sensação de entrar ali 5 meses e meio depois fez-me recordar uma noite mágica que me trouxe o Baby F.

Não tive nada de grave, estou viva e de boa saúde. Tive um episódio de " maminha-tão-tão-tão-cheia-que-parece-que-vai-rebentar-a-qualquer-momento" que confundi com um ínicio de mastite. Mastite ou não mastite, não desejo aquilo a ninguém!
Chamamos a Avó S., que veio a correr, feliz da vida, e eu passei a noite a imagina-la de plantão em frente ao berço. << Ai, mexeu um dedo. Acordou! Acordou! Se mexeu um dedo é porque acordou! Anda cá à Vovó, coisa fofa>> Deve ter sido mais ou menos isto que aconteceu...

No hospital pude testemunhar o que é ter como marido um verdadeiro anormal. Não, não era o meu. O meu é o mais querido, mais corajoso e mais paciente do mundo. Era outro que para lá andava com uma mulher que nitidamente já não voltava para casa... Era aquela a noite. O anormal fazia comentários tristes enquanto a mulher tinha contrações "Então mas cada vez que tens que te levantar tens uma contração?! Cadeira de rodas, não obrigado, ela não precisa. Não consegues andar mais rápido??"
Havia de ser meu namorado que eu dizia-lhe... Tens uma criança a sair-te pelo pipi?? Não tens pois não?! Então cala a boca, e telefona à minha mãe!!!!!
Eu assisti a esta cena toda, a rezar para que ele de repente tivesse cólica(zinha) renal, ou qualquer coisa assim muuuuuito dolorosa... e olhava para o meu mais querido, mais corajoso e mais paciente do mundo, que já assistiu a um parto (sempre comigo a dizer-lhe: não olhes M, por favor não olhes! Ficas aqui ao pé da minha cabeça, tu não saias daqui!!!"), que tem estado sempre ali ao meu lado quando eu preciso. Seja porque parti o pulso em 3 sítios diferentes, seja porque estou a dar à luz, seja porque tenho a maminha inchada e disforme... ele esteve sempre ali. Não hesitou, não desmaiou, não bufou e ainda empurrou a minha barriga durante o parto. O medo que eu tinha de que ele assistisse a algo que fosse demais para ele era enorme. O meu pai assistiu a bem mais do que devia e certa noite, depois de uns copos de Malhadinha a mais decidiu contar ( 10 vezes seguidas!!!) ao M. como foi o meu parto e como ele durante 6 meses, cada vez que fechava os olhos revia aquela cena toda... História bonita de se contar, hein?!

Voltamos para casa a correr porque o F. tinha acordado e eu precisava da ajuda dele para resolver  meu problema. Precisava que ele come-se como se não houvesse amanhã. Depois de uma dose de oxitocina, que me baixa a tensão até aos calcanhares, a noite resumiu-se a dar de mamar de 2 em duas horas e pelo meio tremer um bocadinho de frio.

O F. agora mama com cara de quem não tem fome absolutamente nenhuma, mas faz-me a vontadinha, vá. É um querido. Tal como o Pai ;)






1 comentário:

  1. Achei giríssimo este teu post, por várias razões:
    1. Pelo amor que o teu marido mostra merecer;
    2. Porque me identifico contigo, não só na maminha inchada e com princípio de mastite mas no pulso partido em três lugares;
    3. No teu medo de que o teu marido ficasse negativamente impressionado com o parto. Sabes, eu nunca quis o marido a ver a expulsão nem nada daquilo que, convenhamos, é dose!

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