quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Natal à porta

Ontem enquanto marcava na minha agenda o lanchinho que a F. vai dar no dia 22, reparei que o dia de Natal está mesmo aí à porta e que eu nem dei pela sua proximidade. Este vai ser um Natal muito especial porque é o 1º do Baby F. mas de facto tenho tanto com que me ocupar de momento que não tenho tido tempo para a excitação que normalmente me inunda nesta quadra.
Lembro-me de ser pequenina e contar os dias ao contrário durante todo o mês de Dezembro. A noite de Natal então, era uma coisa de outro mundo... passava-a practicamente acordada à espera de ouvir o Pai Natal descer pela chaminé e apanhá-lo em flagrante a depositar os presentes e comer as bolachinhas que lhe deixávamos.
Claro que a grande peta do grandalhão barbudo não durou muito porque esta história está muito mal contada. Então o Pai Natal vive no Pólo Norte e péu-péu-péu e depois vamos dar com ele nas Amoreiras e no Cascaishopping no mesmo dia, com menos 20kg de um shopping para o outro... Depois pede ao meu pai que o ajude e despache umas comprinhas porque há cada vez mais meninos no mundo... Ora, claro que o embuste não podia durar muito. O meu irmão, que é o maior fã do Natal ( ainda hoje), tentou durante muito tempo manter a magia no ar e lembro-me que quando as dúvidas me começaram a atormentar, todos os dias lhe perguntava se o Pai Natal existia mesmo. E a resposta era sempre a mesma: " Existe se tu quiseres..." E se fosse hoje eu perguntava-lhe "What the fuck does that mean???", que era mais ao menos o que eu pensava na altura, fora a asneira.
Eu ainda ficava mais confusa... andei mesmo uns tempos a "fritar a batatinha" por causa desta história, até ao dia em que ele resolver contar-me a verdade com receio que eu desenvolvesse algum distúrbio mental à conta da existência ( ou inexistência) do Pai Natal.
Depois de descobrir a terrível verdade fiquei muito ofendida com todo o agregado familiar, mas o amuo não durou muito e continuei a gostar tanto do Natal como gostava. Continuei a passar as noites de olho arregalado, a ouvir os passos do meu pai e da minha mãe pelo corredor, o barulho do papel de embrulho... ai que saudades! Por volta das 7.00h lá estava eu no quarto do meu irmão que era um querido e invés de se virar para o lado e ignorar o histerismo da irmã mais nova lá se punha a pé e pronto para arrancar os pais da cama.
Entretanto os meus pais separaram-se e as coisas mudaram. Os Natais passaram a ser divididos e muito mais cansativos. Consoada com a mãe, dia de Natal com o pai. Na realidade, custou-nos bastante o 1º Natal, depois uma pessoa habitua-se... a tudo.
Desde há 6 anos para cá as capelinhas só aumentaram e são 48h de muitas viagens de carro, muitos presentes no porta-bagagens e chegamos a dia 26 completamente K.O. Os meus pais, felizmente, acederam juntar-se no dia de Natal, em terreno neutro- casa do meu irmão- e sempre conseguimos um dia mais calmo e com a família toda reunida, mesmo os que já não são família no papel. Sei que para eles não é perfeito, mas nada é e há que ter bom-senso e boa vontade. A família está sempre a aumentar (felizmente) e só da parte dele temos 3 capelinhas para percorrer. Se da minha parte tivessemos mais duas, no dia 26 ainda estaríamos a arranjar uma refeição qualquer para celebrar, tardiamente, o nascimento do menino Jesus.
E com tanta história já me perdi, claro. Isto tudo para dizer que ainda tenho muitos presentes para comprar, muitos moldes de pézinhos em gesso para fazer e emoldurar e estou a ficar sem tempo.
Este fim de semana vou aproveitar que ele vai estar fora em trabalho e vou ocupar o meu tempo a fazer embrulhos, escrever cartõezinhos e todas essas coisas boas da fase pré-Natal.


Baby F. em modo Natal 

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